Cleiton Xavier com a
camisa do Vitória, clube pelo qual jogou em 2017. Foto: Raul Spinassé/A
Tarde/Futura Press
Por Josué Seixas (@josue_seixas)
e Rafael Brito (@rafaelbritom)
Para esse momento, as expressões estão
prontas: pendurar chuteiras é clássico, despedir-se dos gramados é alegoria,
mudança de vida é realidade. Expressões grandes para definir o fim de um
capítulo que dura uma vida inteira. A vida dentro de campo fica para trás, a
nova fase chega. Hoje, quem confirma o Oi a esse momento é Cleiton Xavier.
Aos 36 anos, o alagoano de São José da
Tapera revelou que não vai seguir jogando futebol profissionalmente. Destaque
de Palmeiras e Metalist, da Ucrânia, Cleiton jogou a última partida há mais de
um ano, pelo CRB, quando sofreu uma desinserção no tendão da coxa esquerda. A
decisão, entretanto, demorou um pouco. Sempre é difícil dizer adeus.
“Eu já pensava em terminar a carreira nessa
idade. Voltei para o CRB porque queria me aposentar aqui em Alagoas.
Infelizmente, tive a lesão que me impediu de terminar o campeonato e, quando me
recuperei, decidi que já estava na hora de parar. O corpo estava pedindo. Parei
no momento certo e em casa”, disse.
Cleiton sempre teve saudades de Alagoas e gostava de visitar a sua
cidade, que fica no sertão. Imaginava-se jogando por aqui, mas não teve
oportunidade. Entre risadas, ele contou que, em 2015, o Palmeiras enfrentou o
ASA pela Copa do Brasil, mas o time de Arapiraca vendeu o mando de campo, e o
jogo foi disputado no Estádio do Café.
De coincidências a vida de Cleiton Xavier está cheia. Começar a
carreira no CSA e terminar no CRB foi só um atrativo. Para ele, foi uma
oportunidade de aprender a torcer para os dois times. Hoje, o objetivo é que o
Azulão fique na Série A e que o Galo suba.
“Hoje posso dizer que são os dois times que torço. Aprendi a
gostar do CRB depois dessa minha passagem. Quero agradecer ao clube por ter me
acolhido nessa minha volta. Eu sou alagoano, eu torço para os times de Alagoas,
e vejo que o estado está crescendo cada vez mais nesse sentido”.
Cleiton
Xavier durante treino do CRB, seu último clube profissional. Foto: Maxwell
Oliveira/CRB
Alagoanos no topo
Inclusive, os conterrâneos de Cleiton despertam as atenções do
ex-meia. CX não poupou elogios a Roberto Firmino, Willian José, Gilberto e
Pedrinho.
“O Firmino está super bem e acho que hoje é um dos melhores
atacantes do futebol mundial. O Willian José também está muito bem. O Giba
[Gilberto, artilheiro do Bahia] é meu amigo particular, sempre nos falamos. É
um cara que tá arrebentando, fazendo vários gols. Eu espero que todos continuem
assim e que outros alagoanos também venham a se destacar, como o Pedrinho, do
Corinthians. Tive a oportunidade de conhecer ele. É um cara sensacional, de uma
história muito linda e bacana”.
Formar novos jogadores que se destacam é um dos objetivos de
Cleiton Xavier nessa nova fase da carreira. Há pouco mais de um ano, ele fundou
a escolinha CX 10, em São José da Tapera, e hoje tem mais de 60 inscritos. No
começo, era difícil acompanhar os treinamentos dos meninos. Recebia vídeos e
falava com os professores para ajudar, mesmo à distância.
“Estamos conseguindo dar oportunidade a alguns garotos. Até
levamos alguns para fazer testes em São Paulo e outros estados e espero que
continue assim, dando certo. É devagarzinho, mas a gente vai tentando. Tenho
certeza que Deus vai nos abençoar no final. Tem muita gente boa, com boas
intenções, principalmente os pais dos garotos. Conversamos com os pais deles,
que têm visões positivas. Nós tentamos ajudar as crianças, fortalecendo a
educação e apoiando muito que elas estudem, porque o futebol não é 100% certo.
Já
sente falta do futebol, Cleiton?
Nas redes sociais, o ex-meia do Palmeiras ainda mostra quando vai
bater uma bolinha com os amigos. No novo momento da carreira, o objetivo de
Cleiton é passar mais tempo com a família e com os amigos, algo que o futebol
às vezes dificultava. Dá saudade de entrar em campo e treinar, mas a preferência
hoje em dia é cuidar de casa.
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