Por João
Lara Mesquita * 7 de julho de
2020
Um rastro de mortes e destruição foi a consequência
de mais um evento extremo, previstos desde a década de 80 mas não levados a
sério no País de Macunaíma. O que aconteceu especialmente em Santa Catarina,
mas também nos outros Estados do sul, é algo que vai se tornar rotina. Cada vez
com maior intensidade e frequência. Mario Quadro, coordenador do curso de
mestrado em Clima e Ambiente do Instituto Federal de Santa Catarina (IFSC),
declarou sobre o ciclone bomba:
Os estudos têm registrado aumento de frequência
desses eventos no Sul. E já era algo previsto. Estudos dos anos 1980 previam
esses eventos para essa época. Hoje isso já tem se tornado normal
Chapecó. Imagem da prefeitura. |
Ciclone bomba no sul demonstra falta de preparo do País
A ciência, em consequência os alertas da academia, nunca foi levada muito a sério no Brasil. Mas depois que a atual administração assumiu, piorou. A ciência passou a ser demonizada, e o presidente ungiu um ministro do Meio Ambiente que não acredita no aquecimento global. Resultado? Mortes, e prejuízos à economia.O geólogo Juarês Aumond, doutor em Engenharia Civil e professor da pós-graduação em Desenvolvimento Regional da Universidade Regional de Blumenau (Furb), confirma:
Tudo está conectado com tudo e nada está inteiramente isolado. E as mudanças climáticas e seus efeitos constituem grandes desafios da contemporaneidade
Quem é um doutor em Engenharia Civil pra fazer tal afirmação, ou um coordenador de curso de mestrado em Clima?
Ciclone bomba e eventos extremos
Em 2016 este site publicou o post Eventos extremos: litoral e economia onde repercutíamos um dos muitos estudos a respeito, no caso, ‘Valorando tempestades- Custo econômico dos eventos climáticos extremos no Brasil nos anos de 2002- 2012, produzido pelo Instituto de Economia da UFRJ.Os resultados para a perda total no período 2002-2012 oscilam entre R$ 180 bilhões (estimativa usando o coeficiente R$/Desabrigado), R$ 300 bilhões (coeficiente R$/Desalojado) e R$ 355 bilhões (coeficiente R$/Afetado), com valor médio de R$ 278 bilhões.
Prejuízos, onde? Imagem brigada Militar. |
Mas o que representa R$ 180 bi para um
País abençoado por Deus e feliz por sua inconsequência? Que respondam
Jair Bolsonaro e sua marionete do MMA… Pela ciência o professor Juarês
Aumond falou:
O mar está propício para retomar sua posse gradativamente nos próximos anos, gerando riscos para a população. Futuramente, essas regiões sofrerão com o aumento do nível do mar, haverá um grande número de desabrigados e desastres
Resultados da tragédia no sul do Brasil
Nove mortes, mais de 100 cidades
atingidas, casas destelhadas e muita gente desabrigada. Foi o maior dano
na rede elétrica de Santa Catarina, com mais de 1,5 milhão de pessoas
às escuras. E isso só em um Estado. Santa Catarina decretou estado de
calamidade pública.
Só em Santa Catarina o governo do Estado prevê R$ 277 milhões em prejuízos. Imagem, divulgação. |
Ricardo Salles defende que houve descaso com os centros urbanos
Ricardo Salles, o ministro que não
acredita no aquecimento global e desconhece os biomas brasileiros,
talvez para proteger sua desinformação defendeu desde o início de sua
gestão que ‘houve descaso com os centros urbanos’. É verdade. Poderíamos
ter avançado.
Em entrevista ao Correio Braziliense
em 2019, disse: “Ninguém se preocupou em cuidar do saneamento, ninguém
se preocupou em cuidar do lixo, ninguém se preocupou em avançar na
qualidade do ar. Por quê? Porque são temas que têm muito menos charme,
não tem funding internacional para ficar fazendo seminários e viagens.”
Salles propôs a ‘agenda de qualidade
ambiental urbana’. Pois aí está Santa Catarina provando a eficiência da
‘agenda de qualidade ambiental urbana’.
Passados um ano e meio, tudo que a atual gestão conseguiu foi a aprovação do novo marco do saneamento básico que,
ao contrário do que disse, ‘ninguém se preocupou com o saneamento’,
começou no governo Temer. Prosseguiu, e foi aprovado no de Bolsonaro.
Mérito ele teve, mas o projeto não é dele; é da sociedade, e começou com
Temer.
Estragos nas despreparadas cidades brasileiras. Imagem, https://www.maispajeu.com.br/. |
Programa Nacional para Conservação da Linha de Costa – Procosta
Elaborado pelo Ministério do Meio Ambiente, e aprovado pela PORTARIA Nº 76, de 2018, em vigor quando Salles assumiu. Sobre este plano, o site do MMA escreveu à época: “Diante das mudanças climáticas e aumento de eventos extremos nas cidades costeiras, o mapeamento de riscos e vulnerabilidades precisa ser inserido no planejamento e no orçamento da União, Estados e Municípios.”Hora de desengavetar o ProCosta? Imagem, https://noticias.r7.com/. |
Foi engavetado por Salles sem nada ser colocado no lugar.
Plano Nacional de Adaptação à Mudança do Clima (PNA), que poderia mitigar o ciclone bomba
Era outro plano do Ministério do Meio Ambiente, criado (atrasado) em maio de 2016. Sobre ele disse o site do MMA: (este) ‘instrumento elaborado pelo governo federal em colaboração com a sociedade civil, setor privado e governos estaduais que tem como objetivo promover a redução da vulnerabilidade nacional à mudança do clima e realizar uma gestão do risco associada a esse fenômeno’.Mais uma vez sem alternativa, foi engavetado pelo ministro que nega o aquecimento.
Um relato deste escriba
Quis o destino que eu me encontrasse em Santa Mônica, na Califórnia, em julho de 2018. Numa tarde, deitado na cama do hotel com meus dois filhos no mesmo quarto, senti minha cama ganhar vida e ‘cavalgar’ pelo ambiente. Assustado, percebi que todo o quarto se mexia. Paralisado, sentidos atentos, pensava no que fazer quando olhei para meu caçula que encerrava um tempo de estudo na cidade.Para espanto do pai, pulou da cama sorrindo e ‘curtindo’ mais um terremoto. E foi correndo pra sacada fotografar a experiência ‘divertida’, corriqueira para ele… Poucos minutos depois, soubemos pela mídia que aquele fora o terremoto mais forte em 20 anos, atingindo 7.1 na escala Richter.
Não ruiu um prédio sequer. Incêndios, localizados e poucos. E nenhuma morte. Simplesmente porque seus agentes políticos há muito preparam a cidade para o que sabem que ali acontece. Enquanto isso, nos trópicos…
Com ciclones bomba devastadores, assim seguimos nós, inconsequentes mas felizes. E assolados por ‘gripezinha’ que cisma em infectar milhões, matar milhares, e contaminar até mesmo quem dela faz troça.
Imagem de abertura: https://canaltech.com.br/
Fontes: https://ocp.news/geral/elevacao-do-nivel-do-mar-pode-provocar-desaparecimento-de-cidades-em-sc; https://www.nsctotal.com.br/noticias/ciclone-em-sc-eventos-extremos-devem-ser-mais-comuns-e-intensos-dizem-especialistas; https://www.correiobraziliense.com.br/app/noticia/brasil/2019/07/11/interna-brasil,769857/em-entrevista-ricardo-salles-afirma-que-houve-descaso-com-as-cidade.shtml.
Comentários:
·
A Mãe natureza que é Boníssima com o Homem e o mesmo não se pode falar
do Homem destrutivo com a Natureza , esta mandando recados cd vez mais forte
pelo Mundo Afora que ela esta perdendo a Paciência
· Tetsuo
Shimura 8 de julho de 2020 at 8:56
Quem
estiver na melhor idade irá se recordar que no Brasil já houveram construtores
sem graduação em engenharia, não pagavam CREA, sindicatos e outros
penduricalhos de apenas aparências legais. Em São Paulo muitos conhecem o
edifício Matinelli, Mackenzie (shopping do Viaduto do Chá), Teatro Municipalm a
própria Prefeitura de SP e por que não o museu histórico do Ipiranga e muitos
outros espalhados pelo Brasil afora domo o Teatro de Manaus. Todos os edifícios
foram construídos por HOMENS que honravam suas calças, vergonhas e educação de
família; no BRASIL os valores morais foram se diluindo como refrigerantes
baratos que para render mais se acrescentam mais e mais água isto quando não
usarem águas de origens duvidosas como no caso do prédio de bom padrão no Rio
de Janeiro, que desabou por usarem areias das praias e talvez água do mar.
As construções atuais que se veem nos noticiários e danificadas por qualquer chuvinha tem tudo a ver com os CÓDIGOS DE CONDUTAS E CONSTRUÇÕES emitidas pelas Prefeituras de maneiras coniventes com os detentores de capitais para a área e como dizia a propaganda de loja cujo proprietário e seus familiares foram presos hoje, (08/07/2020) RICARDO ELETRO, preço é tudo, mas em tudo que se fabrica neste país deve custar baixo para ganhar em muito então as partes e peças jamais passariam em institutos de avaliações e neste caso, que sejam do exterior para que os propinodutos não alterem os laudos.
Enfim é matéria para semanas ou por que não para anos, mas eu rogo para que um dia a singela vergonha volte a frequentar nas cabeças dos brasileiros e jé seria um progresso fantástico.
FALTA DE PREPARO???? FALTAM ESCOLAS DESDE O MATERNAL, SEM O QUE QUEREM PREPARAR O QUÊ??? PIZZAS???
Fonte: www.marsemfim.com.br/
Ou respeita a Natureza ou problemas maiores virão. Diz um ditado popular: O homem diz e não faz, a Natureza faz e não diz.
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