sexta-feira, 27 de abril de 2018

De repente soube, é cinema !



De repente soube que haveria um grupo de estudos, ou algo mais parecido com curso de Cinema. Não me lembro muito bem como era minha relação com o Cinema, mas me interessei por estudar algo diferente. Sabem como é, estava no 2º ou 3º semestre do curso de Psicologia, doido pra me enturmar com uma galera nova e assuntos novos, então, fui atrás de me inscrever. Era necessário ter a xerox do livro O que é Cinema - Coleção Primeiros Passos, então corri e já na gráfica encontrei um rapaz que também iria participar do curso. Conversamos sobre a nossa expectativa quanto ao grupo, e também sobre nosso time do coração, o Corinthians. Me lembro bem da sensação adocicada e prazerosa de poder ter os olhos mais atentos para algo que nunca pensei em estudar. Passou um tempo e fui me enturmando com diversas pessoas que já tinham um contato maior com o estudo sobre Cinema.

De repente, me apaixonei pelo Buster Keaton, fiquei com picuinha com o Chaplin, fiz um falso pacto com Godard, impliquei com Truffaut. Caí nos braços de Michael Haneke e nos deleites da voz da Marilyn Monroe. Então, aos poucos estavam sendo fincados os alicerces.

Foi estudando e discutindo Cinema – produção artística de tantas culturas – que acabamos refletindo também sobre nosso ser político. Nosso agir em sociedade, nossos desejos e fantasias, que são tão importantes para a nossa construção subjetiva, quando discutimos o que é real ou imaginário, por exemplo. Como o Cinema pode instigar um povo a se ver e reconhecer como protagonista de sua história, como no neorrealismo italiano, e/ou numa tomada por um Cinema próprio de raízes tão espirituais como o Cinema Novo.

Algumas dificuldades apareceram com o tempo. Passamos por várias fases, tivemos a etapa de seminários que baqueou muita gente. Tive incertezas quanto à minha permanência no grupo, pois o Cinema me requeria um espaço de maior dedicação, e tive que assumir isso, caso quisesse continuar.

De repente temos uma Revista! Nela compartilhamos ideias e sentimentos sobre filmes de autoras e autores que gostamos. E aqui e acolá brotam produções cinematográficas de alguns integrantes do Grupo Sétima, tudo isso, fruto de um estudo cada vez mais primoroso do Cinema. E foi nesse aprofundamento e dedicação que tive um contato mais íntimo com a Imagem, e me vi atraído pela fotografia. Veio como um tijolo na cabeça, abrindo um galo precioso e impreciso. Num momento de reclusão pessoal, a fotografia de rua me deu o oxigênio necessário, ao me calar a boca e me fazer andar, contemplar o silêncio dos lugares, e o barulho das pessoas.

Posso dizer que antes de estudar Cinema, eu estava com olhos, boca e ouvidos fechados. Olhos porque Cinema é também imagem, mexe com o nosso voyeurismo e com as diversas cores – incluam também nas cores os diversos tons de cinza e preto. Ouvidos porque é silêncio, intercalado por falas ou músicas diegéticas. E por continuidade, boca: porque Cinema é paladar! Paladar é saborear, e saborear é um ato laborioso. É tocar nos lábios, passar pelos lábios, abrir os dentes, salivar a língua, escorregar pela goela, e timbugar em frenesi!

De repente, hoje estou embutido no grupo, nos livros de Cinema, de imagem e cores. E nessa dinâmica de estudos no grupo, aqui e acolá pessoas novas surgem, proporcionando outros sabores, outras maneiras de saborear Cinema. O grupo é um caldeirão que por vezes borbulha e se acalma, alguém chega e põe mais lenha, mais tempero, tomamos a sopa de feijão e já temos um novo ânimo. 

De repente... nada é de repente assim. O Cinema se fez casa, tomou-me por usucapião.

Josú Ribeiro 
é poeta e músico. Formado em Psicologia na Unileão.

Texto originalmente publicado na SÉTIMA: Revista de Cinema (edição 40, de maio de 2017), que é distribuída gratuitamente na Região do Cariri cearense. A Revista Sétima é uma publicação do Grupo de Estudos Sétima de Cinema, que se reúne semanalmente no SESC de Juazeiro do Norte-CE


domingo, 22 de abril de 2018

O Cuidado de Si e o Amor aos Outros


Tenho pensado muito no grau de intolerância que estamos vivendo atualmente em nosso país, de modo particular, e que igualmente podemos observar essa deplorável realidade intransigente no mundo inteiro, com nichos de maior ou menor tensão, em diferentes lugares de nosso planeta global. Esse nosso século XXI, ainda tão jovem, tem registrado tristes fatos e trágicos acontecimentos de pesarosa significação, com testemunhos de movimentos e de ideias violentas, com expressões patentes de preconceito e de discriminação de toda sorte, com episódios que revelam marcas de ódio, de crueldade, de repressão e de morte, em diferentes sentidos e situações. Não era assim que os filósofos iluministas imaginavam que seria nosso mundo!
Resta pensar: estamos vivendo um momento de exceção, há hoje uma cultura da violência e do ódio mais intensa do que em outras épocas? Ou estaríamos somente tendo condições de maior visibilidade, pela sociedade de alta tecnologia de informação, de modo que acabamos sendo bombardeados todos os dias por todos os acontecimentos de destaque no mundo, prevalecendo sempre aqueles que guardam algum vínculo com a guerra, com a violência e com a degradação do mundo, das pessoas, da natureza e da sociedade? Não temos constituído uma cultura do altruísmo, da humanização das coisas, da exaltação da não-violência e da atitude coletiva da tolerância! Já vivemos tempo e outras épocas em que estas palavras tinham maior adesão, ressonâncias e forças persuasivas.
Há diversas possibilidades de responder a essa pergunta: alguns a responderão buscando as possíveis causas da agudização da atual cultura da intolerância, facilmente passível de ser identificada na contraditória divisão de riquezas do nosso mundo. Outros encontrarão razões na suposta natureza humana, tal como dizia o filósofo Thomas Hobbes: o homem é o lobo do homem, assumindo a premissa de que somos naturalmente voltados para a guerra, para o enfrentamento conflitivo e para a maldade. Nem preciso citar o contraponto de Rousseau que definia que o homem nasce bom, a sociedade, para ele, seria o espaço e a instituição que o depravaria e o brutalizaria. Não temos mais essas pretensões deterministas de achar que o ser humano seja bom ou seja mau por sua natureza, por uma causalidade ontológica, engendrada no âmago da condição humana. Nosso pensamento é histórico, ou desenvolvemos as potencialidades humanas boas ou propositivas, ou desenvolvemos uma cultura de dominação e de violência de todos contra todos.
Todas essas respostas podem ser evocadas, mas ainda são parciais e insuficientes. Mas, para além dessas considerações deterministas e na intenção de justificar ou de compreender as causas de nossa cultura belicosa e violenta, no mundo de hoje, necessitamos de pessoas e de ideais que superem esses lugares comuns e que estabeleçam novas coordenadas éticas e políticas para a condição humana de nosso tempo. Esse horizonte ético e político principia-se com o reconhecimento da dignidade da pessoa humana.  A dignidade de toda pessoa é o fundamento de toda sociedade e a base de toda política que se disponha a justificar-se como tal. Aristóteles definia e Ética e a Política como as denominadas duas ciências práticas, engendradas pela sociedade e pelos grupos humanos, na direção de organizar a vida doméstica e particular (Ética) e a vida coletiva e pública (Política). Não há como constituir valores para referendar a vida moral e política sem essa dimensão ética. Aqui a palavra Ética assume o sentido de “valores que sustentam a vida particular”. E a política seria a dimensão de organizar a felicidade e o bem-estar comum, de todos, o justo equilíbrio da coletividade. Essa seria a principal prova de nossa humanidade: somos humanos quando nos reconhecemos como seres humanos que geram valores para as condutas de todos, quando realizamos a vida prudente e equilibrada, quando praticamos a temperança e vivenciamos a prática da tolerância recíproca.
Estamos novamente diante da Esfinge: “decifra-me ou eu te devorarei”! A nossa única possibilidade de decifrar a vida, coletiva e grupal, pessoal e subjetiva, consiste em superar, ou buscar superar a cultura da barbárie e da selvageria. Buscar constituir valores que adensem sentidos para nossa vida e para nossa realidade vivencial, nosso entorno, nossas vivências e nossos interlocutores. Praticar a solidariedade é uma decisão de foro ético, respeitar as opiniões dos outros é outra decisão ética. Reconhecer as diferenças, respeitar as outras formas de ver o mundo e de viver a vida são decisões políticas de alta sensibilidade. Essa é a tarefa primordial posta para nossos dias: projetar no mundo características humanas de dignidade, de respeito à diversidade, de pluralismo, de temperança, de tolerância e de fraternidade. Para a natureza ter olhos de preservação e de sustentabilidade, para os animais as práticas de cuidado e de acolhimento, para os demais seres humanos as premissas da aceitação, do cuidado de si e dos outros, da diversidade e da liberdade de toda pessoa! Temos que ser no mundo a mudança que sonhamos para o mesmo mundo – nos ensinava Gandhi! Nesses tempos tão sombrios e intolerantes pratiquemos a virtude da fraternidade e da dignidade humana! A cultura do Amor nunca foi tão necessária como hoje!
César Nunes (profcesarnunes@gmail.com)
Fonte: www.tutores.com.br

segunda-feira, 9 de abril de 2018

Brasileiro reclama de quê?


O Brasileiro é assim: 

1. - Saqueia cargas de veículos acidentados nas estradas.

2. - Estaciona nas calçadas, muitas vezes debaixo de placas proibitivas.

3. - Suborna ou tenta subornar quando é pego cometendo infração.

4. - Troca voto por qualquer coisa: areia, cimento, tijolo, e até dentadura.

5. - Fala no celular enquanto dirige.

6. -Trafega pela direita nos acostamentos num congestionamento.

7. – Pára em filas duplas, triplas em frente às escolas.

8. - Viola a lei do silêncio.

9. - Dirige após consumir bebida alcoólica.

10. –Fura filas nos bancos, utilizando-se das mais esfarrapadas
desculpas.

11. - Espalha mesas, churrasqueira nas calçadas.

12. - Pega atestados médicos sem estar doente, só para faltar ao
trabalho.

13. - Faz " gato
de luz, de água e de tv a cabo.

14. -Registra imóveis no cartório num valor abaixo do comprado,
muitas vezes irrisórios, só para pagar menos impostos.

15. - Compra recibo para abater na declaração do imposto de
renda para pagar menos imposto.

16. -Muda a cor da pele para ingressar na universidade através
do sistema de cotas.

17. - Quando viaja a serviço pela empresa, se o almoço custou 10
pede nota fiscal de 20.

18. - Comercializa objetos doados nessas campanhas de catástrofes.

19. - Estaciona em vagas exclusivas para deficientes.

20. - Adultera o velocímetro do carro para vendê-lo como se
fosse pouco rodado.

21. - Compra produtos pirata com a plena consciência de que são
pirata.

22. - Substitui o catalisador do carro por um que só tem a casca.

23. -Diminui a idade do filho para que este passe por baixo da
roleta do ônibus, sem pagar passagem.

24. - Emplaca o carro fora do seu domicílio para pagar menos IPVA.

25. - Freqüenta os caça-níqueis e faz uma fezinha no jogo de bicho.

26. - Leva das empresas onde trabalha, pequenos objetos como
clipes, envelopes, canetas, lápis.... como se isso não fosse roubo.

27. - Comercializa os vales-transporte e vales-refeição que
recebe das empresas onde trabalha.

28. - Falsifica tudo, tudo mesmo... só não falsifica aquilo que
ainda não foi inventado.

29. - Quando volta do exterior, nunca diz a verdade quando o
fiscal aduaneiro pergunta o que traz na bagagem.

30. - Quando encontra algum objeto perdido, na maioria das vezes
não devolve.

E quer que os políticos sejam honestos...

Escandaliza- se com a farra das passagens aéreas...

Esses políticos que aí estão saíram do meio desse mesmo povo ou não? 

   
 Fonte: www.averdadequeamidianaomostra.blogspot.com


quarta-feira, 4 de abril de 2018

Secult leva música e dança para a 9ª edição do Governo Presente.


Mostra Alagoana de Dança chega ao município de Arapiraca

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Foto: Karla Lima



Ações fazem parte dos serviços itinerantes nas cidades do interior do Estado
Texto de Teresa Machado
A Secretaria de Estado da Cultura (Secult) participa de mais uma edição do Governo Presente. Desta vez, a região Agreste recebe diversos serviços promovidos pelo Governo de Alagoas.

O município de Arapiraca terá ações culturais voltadas para o segmento da dança. Nesta quinta-feira (5), será realizada uma aula aberta de zumba, a partir das 16h, na Concha Acústica, localizada na Praça Ceci Cunha. A atividade será ministrada pelo professor de dança Gedson Marinho.

Na sexta-feira, acontece a primeira etapa das apresentações da 15ª Mostra Alagoana de Dança. Serão mais de 20 grupos, de estilos que vão do clássico ao contemporâneo. Os dançarinos são de diversos municípios alagoanos como Penedo, Coruripe, Piranhas, Porot de Pedras, Satuba, Craíbas, Viçosa e Arapiraca. O evento é gratuito e acontecerá a partir das 20h, no Teatro Sesi.

 “Levar a cultura para o maior número de alagoanos é o nosso objetivo. Estamos levando ações para cada região, apresentando a riqueza das nossas  manifestações”, ressalta a titular da pasta, Mellina Freitas.

 Fonte: www.agenciaalagoas.al.gov.br