domingo, 10 de março de 2019

Dona Irinéia é mestre do Patrimônio Vivo desde 2005

Certame visa preencher uma vaga para mestre da cultura popular
Texto de Ascom/Secult
As inscrições para o edital do Registro do Patrimônio Vivo se encerram a próxima segunda-feira, 11 de março. Nesta edição, o certame visa preencher uma vaga destinada à representantes da cultura popular do Estado. Confira o edital no link: http://bit.ly/RPV2019.
 Será considerado apto a receber o registro de Patrimônio Vivo brasileiro residente em Alagoas há 20 anos, que tenha participação comprovada em atividades culturais no mesmo período e esteja capacitado a transmitir seus conhecimentos ou suas técnicas à sociedade, de forma presencial ou por intermédio dos mais diversos meios de comunicação.
 Para a secretária de Estado da Cultura, Mellina Freitas, o RPV é uma forma de reconhecer e homenagear os mestres da cultura alagoana. “É importante reconhecer esses artistas que preservam nossa cultura, repassando os seus saberes populares para as novas gerações”, disse.
 Os candidatos devem se inscrever através de um formulário padrão disponível no portal da Secretaria de Estado da Cultura, através do endereço eletrônico www.cultural.al.gov.br e entregá-lo devidamente preenchido no setor de Protocolo da Secult, de segunda à quinta-feira, das 9h às 13h, e na sexta-feira, das 9h às 12h. A Secult fica localizada na Praça Marechal Floriano Peixoto, 517, Centro.
 Uma comissão especial composta por cinco representantes de entidades relacionadas à cultura irá analisar e avaliar os candidatos, segundo os critérios de sustentabilidade cultural, currículo do participante, reconhecimento na sua comunidade e por outros segmentos como transmissor e fomentador desse saber e cultura dos povos tradicionais (indígenas e/ou quilombolas).
 O edital de inscrição no Livro de Registro do Patrimônio Vivo do Estado de Alagoas (RPV-AL), criado pela Lei nº 6.513, de 22.09.2004 e alterada pela Lei nº 7.172, de 30.06.2010, reconhecerá como Patrimônio Vivo do Estado da Alagoas mestre e mestras que detenham os conhecimentos ou as técnicas necessárias para a produção e para a preservação de aspectos da cultura tradicional ou popular de uma comunidade estabelecida em Alagoas nas áreas de danças e folguedos da cultura popular, literatura oral e/ou escrita, gastronomia, música, artes cênicas, artesanato, dentre outras.
Fonte: www.cultura.al.gov.br

quarta-feira, 6 de março de 2019

Qual o sentido da Quarta-feira de Cinzas?

A Quarta-feira de Cinzas marca o início da Quaresma. Foto: Wesley Almeida
A Quarta-feira de Cinzas foi instituída há muito tempo na Igreja; dia que marca o início da Quaresma, tempo de penitência e oração mais intensa. Para os antigos judeus, sentar-se sobre as cinzas já significava arrependimento dos pecados e volta para Deus. As cinzas bentas e colocadas sobre as nossas cabeças nos fazem lembrar que vamos morrer, que somos pó e ao pó da terra voltaremos (cf. Gn 3, 19), para que nosso corpo seja refeito por Deus de maneira gloriosa, para não mais perecer.

Qual é o sentido?

A intenção desse sacramental é levar-nos ao arrependimento dos pecados, marcando o início da Quaresma, é fazer-nos lembrar de que não podemos nos apegar a esta vida, achando que a felicidade plena possa ser construída aqui. É uma ilusão perigosa. A morada definitiva é o céu.
A maioria das pessoas, mesmo os cristãos, passa a vida lutando para “construir o Céu na Terra”. É um grande engano! Jamais construiremos o Céu na Terra, jamais a felicidade será perfeita no lugar que o pecado transformou num vale de lágrimas. Devemos, sim, lutar para deixar a vida na Terra cada vez melhor, mas sem a ilusão de que ficaremos sempre aqui.
Deus dispôs tudo de modo que nada fosse sem fim nesta vida. Qual seria o desígnio do Senhor nisso? A cada dia de nossa vida, temos de renovar uma série de procedimentos: dormir, tomar banho, alimentar-nos etc. Tudo é precário, nada é duradouro, tudo deve ser repetido todos os dias. A própria manutenção da vida depende do bater interminável do cora­ção e do respirar contínuo dos pulmões. Todo o organismo repete, sem cessar, suas operações para a vida se manter. Tudo é transitório, nada é eterno. Toda criança se tornará um dia adulta e, depois, idosa. Toda flor que se abre logo estará murcha; todo dia que nasce logo se esvai; e assim tudo passa, tudo é transi­tório.

Qual a razão de nada ser duradouro?

Com­pra-se uma camisa nova e, logo, já está surrada; compra-se um carro novo e, logo, ele estará bastante rodado e vencido por novos modelos, e assim por diante.
A razão inexorável dessa precariedade das coisas também está nos planos de Deus. A marca da vida é a renovação. Tudo nasce, cresce, vive, amadurece e morre. A razão profunda dessa realidade tão transitória é a lição cotidiana que o Senhor nos quer dar de que esta vida é apenas uma passagem, um aperfeiçoamento, em busca de uma vida duradoura, eterna e perene.
Em cada flor que murcha e em cada homem que falece, sinto Deus nos dizer: “Não se prendam a esta vida transitória. Preparem-se para aquela que é eterna, quando tudo será duradouro, e nada precisará ser renovado dia a dia.”

Isso nos mostra também que a vida está em nós, mas não é nossa. Quando vemos uma bela rosa murchar, é como se ela estivesse nos dizendo que a beleza está nela, mas não lhe pertence.
Ainda assim, mesmo com essa lição permanente que Deus nos dá, muitos de nós somos levados a viver como aquele homem rico da parábola narrada por Jesus. Ele abarrotou seus celeiros de víveres e disse à sua alma: “Descansa, come, bebe e regala-te” (Lc 12,19b); ao que o Senhor lhe disse: “Insensato! Nesta noite ainda exigirão de ti a tua alma” (Lc 12,20).
A efemeridade das coisas é a maneira mais prática e cons­tante encontrada por Deus para nos dizer, a cada momento, que aquilo que não passa, que não se esvai, que não morre, é aquilo de bom que fazemos para nós mesmos, principalmente para os outros. Os talentos multiplicados no dia a dia, a perfei­ção da alma buscada na longa caminhada de uma vida de me­ditação, de oração e piedade, essas são as coisas que não passam, que o vento do tempo não leva e que, finalmente, vão nos abrir as portas da vida eterna e definitiva, quando “Deus será tudo em todos” (cf. 1 Cor 15,28).
A transitoriedade de tudo o que está sob os nossos olhos deve nos convencer de que só viveremos bem esta vida se a vivermos para os outros e para Deus. São João Bosco dizia que “Deus nos fez para os outros”. Só o amor, a caridade, o oposto do egoísmo, pode nos levar a compreender a verdadeira di­mensão da vida e a necessidade da efemeridade terrena.
E se a vida fosse incorruptível?
Se a vida na Terra fosse incorruptível, muitos de nós jamais pensarí­amos em Deus e no Céu. Acontece que o Todo-poderoso tem para nós algo mais excelente, aquela vida que levou São Paulo a exclamar:
“Coisas que os olhos não viram, nem os ouvidos ouviram, nem o coração humano imaginou (Is 64,4), tais são os bens que Deus tem preparado para aqueles que o amam” (1 Cor 2,9).
A corruptibilidade das coisas da vida deve nos convencer de que Deus quer para nós uma vida muito melhor do que esta – uma vida junto d’Ele. E, para tal, o Senhor não quer que nos acostumemos com esta [vida], mas que busquemos a outra com alegria, onde não have­rá mais sol, porque o próprio Deus será a luz, nem haverá mais choro nem lágrimas.
Aqueles que não creem na eternidade jamais se confor­marão com a precariedade desta vida terrena, pois sempre so­nharão com a construção do Céu nesta Terra. Para os que creem a efemeridade tem sentido: a vida “não será tirada, mas transformada”; o “corpo corruptível se revestirá da incorrupti­bilidade” (cf 1Cor 15,54) em Jesus Cristo.
Fonte: www.formacao.cancaonova.com