sexta-feira, 23 de junho de 2017

Primeiras manifestações de forró em Alagoas surgiram em 1927, diz presidente da Associação dos Forrozeiros

Pra preservar a tradição, São João dos 200 Anos e da Solidariedade será realizado em Maceió, com apoio do Governo de Alagoas
Programação ainda conta com a exposição ‘O Forró dos 200 Anos’, que homenageia os grandes nomes do gênero em Alagoas, no Misa.  (Foto: Adailson Calheiros)
Texto de Renata Arruda
Em continuidade às comemorações dos 200 anos de Emancipação Política do Estado, o Governo de Alagoas garantiu, a partir desta sexta-feira (23), a tradição dos festejos juninos em quatro bairros da capital alagoana, Maceió.
De acordo com o presidente da Associação dos Forrozeiros, José Lessa, as festividades foram garantidas graças ao apoio do governador Renan Filho.
“Se não fosse o governador, em acatar o pleito da Associação, não teríamos São João e ia ficar uma lacuna na nossa tradição. Essa época é a mais importante do ano para os forrozeiros; é uma vitrine para mostrar nossos talentos à população”, disse. 

Para Lessa, a cadeia produtiva do forró também ia ficar prejudicada economicamente. “Essa festa movimenta a economia local, nos mais variados campos. E, em tempos de crise, um ganho extra é uma fantástica oportunidade para os comerciantes, ambulantes e trabalhadores informais e, também, para todos que atuam na festa de alguma forma”, completou.


Ao todo, 17 bandas e 36 trios autênticos de forró se apresentarão nos bairros do Jacintinho, Benedito Bentes, Jatiúca e Jaraguá, todos formados apenas por artistas alagoanos.


A programação ainda conta com a exposição ‘O Forró dos 200 Anos’, que homenageia os grandes nomes do gênero em Alagoas, no Museu da Imagem e do Som de Alagoas (Misa), que estará aberta a partir da próxima terça-feira (27). Em frente ao Misa será instalada também uma casa de farinha, que estará em pleno funcionamento e onde os visitantes poderão se deliciar com comidas típicas.

Surgimento

Para José Lessa, presidente da Associação dos Forrozeiros, as primeiras manifestações de forró surgiram em Alagoas em 1927, com a música ‘Choveu na minha roça’, de Gerson Filho, sua primeira composição quando tinha apenas 12 anos de idade, gravada somente em 1953.

“Eu já ouvi diversos artistas, como Joci Batista, Gennaro, Chameguinho, Benício Guimarães, Afrísio Acácio, Sandoval, entre outros, e todos concordam que Gerson Filho foi o percursor do forró como gênero musical”, afirma.

Segundo Lessa, Gerson Filho também foi o precursor da sanfona de oito baixos e o músico que introduziu o forró nas quadrilhas, uma vez que a polca, ritmo de origem alemã, era quem balançava até então as quadrilhas juninas.

Jararaca

Outros artistas alagoanos de relevância no forró foram Jararaca, Augusto Calheiros e Zé do Bambo, com a composição de rojão ‘Do Pilá’, gravada em 1938.

“Alagoas é o Estado que mais influenciou o forró no Brasil. São muitos os alagoanos que contribuíram com o movimento e nós temos que assumir o papel de precursores no país”, enfatizou José Lessa.

Ainda conforme o presidente da Associação dos Forrozeiros, a palavra forró deriva do Francês ‘faux-bourdon’, um tipo de composição musical que deu origem ao termo “forrobodó”, usado em alusão a baile popular, arrasta-pé, festança, bagunça, confusão, como consta no Dicionário do Folclore Brasileiro, de Luís da Câmara Cascudo.

Veja a programação completa desta sexta-feira (23):

Jaraguá

Palco Central
20h - Betinho Marcolino
21h50 - Claudio Rios
00h - Eliezer Setton

Jacintinho
Local: Praça do Mirante
20h – Trio Colibri
21h50 – Forró Modelo
00h – Geraldo Cardoso

Benedito Bentes
Local: Praça Padre Cícero
A partir das 19h
Assanhados do Forró
Dé Boy Nascimento

Jatiúca
A partir das 21h
Toninho de Copagov.brcabana e banda

Fonte: www.agenciaalagoas.al.

sábado, 17 de junho de 2017

Governo de Alagoas divulga programação completa do São João 200 Anos

Festejos acontecem de 23 a 29 de junho, no entorno do Museu da Imagem e do Som, em Jaraguá

Festa faz parte das comemorações dos 200 anos de Emancipação Política de Alagoas.   (Foto: Ilustração)


Texto de Daniel Borges
O Governo de Alagoas, por meio da Secretaria de Estado da Cultura (Secult), lançou, na tarde desta sexta-feira (16) , programação completa do São João 200 Anos, que será realizado no entorno do Museu da Imagem e do Som de Alagoas (Misa), no bairro do Jaraguá. A festa faz parte das comemorações dos 200 anos de Emancipação Política de Alagoas e acontece de 23 a 29 de junho, com início a partir das 19h.

A programação traz um arraial central, onde serão montados dois palcos, um na Praça Dezoito de Copacabana, para apresentação dos grupos que participam do 1º Festival de Coco de Roda de Alagoas, e outro na Praça Dois Leões, que receberá shows de atrações alagoanas. Ao todo, 17 bandas e 36 trios autênticos de forró se apresentarão. Todos formados por artistas alagoanos.

Além disso, o Museu da Imagem e do Som de Alagoas (Misa) estará aberto durante todos os dias de festa para receber a exposição ‘O Forró dos 200 Anos’, que homenageia os grandes nomes do forró de Alagoas. Em frente ao Misa será instalada uma casa de farinha, que estará em pleno funcionamento e onde os visitantes poderão se deliciar com comidas típicas.

Durante os festejos juninos, o Governo também apoia 20 quadrilhas, por meio do Edital de Chamamento Público de São João, e os grandes arraiás do Jacitinho, Benedito Bentes, Jatiúca e vários pequenos arraiás de bairros. Ao todo, o Governo de Alagoas, por meio da Secult, investe R$ 1,2 milhão no São João de Alagoas.

"No ano do Bicentenário, o Governo de Alagoas não poderia se omitir de uma festa tão tradicional. Será o São João dos 200 Anos e da Solidariedade. Montaremos pontos de coletas de mantimentos e agasalhos para as famílias que sofreram com a chuva em todas as festas que estamos apoiando", disse secretária de Estado da Cultura, Melina Freitas.

1º Festival de Coco de Roda de Alagoas

A novidade deste ano será o 1º Festival de Coco de Roda de Alagoas, realizado pelo  Governo do Estado, em parceria com a Liga dos Cocos Alagoanos (Licoal), de 24 a 29 de junho, na Praça Dezoito de Copacabana, em Jaraguá. O festival contará com a competição de 20 grupos de coco de roda e apresentação de convidados, somando mais de mil dançarinos, que devem animar o público do evento.

“Por ser o primeiro ano em que realizamos o evento, a expectativa é a melhor possível. Queremos convidar todo o nosso público que ama o coco de roda a se fazer presente no festival”, falou o presidente da Liga dos Cocos Alagoanos, Roberto Calheiros.

Confira programação completa: 

23/06
Palco Central
20h - Betinho Marcolino
21h50 - Claudio Rios
00h - Eliezer Seton

24/06
Palco Central
20h - Naldo do Baião
21h50 - Joelson dos Oito Baixos
00h - Tião Marcolino

Palco do coco
19h - I Festival de Coco de Roda de Alagoas
Ganga Zumba (Cruz Das Almas) - Convidado
Xique Xique (Jacintinho)
Mandacaru (Clima Bom)
Paixão Nordestina (São Jorge)
Los Coquitos (Chã Da Jaqueira)
Raízes Nordestinas (Pescaria)

25/06
Palco Central
20h - Edgar dos Oito Baixos
21h50 - Trio Gogó da Ema (Ivanildo do Forró)
00h - Messias Lima

Palco do Coco
19h – I Festival de Coco de Roda de Alagoas
Flôr da Mata (Boca da Mata) - Convidado
Pisa na Fulô (Farol)
Leões de Fogo (Jacintinho)
Reviver (Bebedouro)
Águia de Fogo (Reginaldo)
Raro Xodó (São Jorge)

26/06
Palco Central
20h -  Zé de Princesa
21h50 -Anderson Fidélis
00h - Irineu e Banda

Palco Do Coco
19h - I Festival de Coco de Roda de Alagoas
Rosa Vermelha (Boca da Mata) - Convidado
Catolé (Benedito Bentes)
Sensashow (Jacintinho)
Estrela de Alagoas (Bebedouro)
Pau de Arara (Tabuleiro)
Reis do Cangaço (Jacintinho)

27/06
Palco Central
20h – Zé do Brejo
21h50 - Mila do Acordeon
00h - Zé Mocó e Banda

Palco do Coco
19h - I Festival De Coco De Roda De Alagoas
Coco de Roda Pisa Miudinho (Melhor Idade) - Convidado
Semifinal – Apresentação das melhores notas

28/06
Palco Central
20h - Gil Neves
21h50 – Sandoval e Banda Fogo no Forró
00h - Lula Sabiá e Banda

Palco Do Coco
19h - I Festival de Coco de Roda de Alagoas
Coco de Roda Xodó Mirin (Jacintinho) – Convidado
Semifinal – Apresentação das melhores notas

29/06
Palco Central
20h – Tutinha do Acordeon
21h50 – Chau do Pife e Banda
00h - Xameguinho e Banda

Palco Do Coco
19h - I Festival de Coco de Roda de Alagoas
Coco de Roda Balança Mas Não Cai (Arapiraca) – Convidado
Coco de Roda Arcoiris (Benedito Bentes) – Convidado
Final – Apresentação das cinco melhores notas

segunda-feira, 12 de junho de 2017

Governador garante a realização dos festejos juninos na capital

Governador garante a realização dos festejos juninos na capital

Ao som da sanfona, Renan Filho recebe forrozeiros no Palácio República dos Palmares

Texto de Severino Carvalho
Os acordes da sanfona de Chameguinho, a sonoridade de Chau do Pife, a poesia cantada de Eliezer Setton... A cultura popular alagoana foi acolhida no Palácio República dos Palmares, na manhã desta sexta-feira (9). O governador Renan Filho recebeu representantes de 32 trios pé de serra no Salão de Despachos. Ao som de ‘A Volta da Asa Branca’, ele renovou as esperanças dos artistas forrozeiros e garantiu a realização dos festejos juninos na capital alagoana.


O forrozeiro Messias Lima, representando os forrozeiros de Maceió

O presidente da Associação dos Forrozeiros de Alagoas, José Lessa, recordou que os 32 trios pé de serra e 16 bandas de forró ficariam sem se apresentar durante o São João de Maceió, em virtude do cancelamento dos festejos juninos, ocasionado pelas fortes chuvas. 

Renan Filho recebeu os artistas, tocou triângulo, cantou e garantiu a realização dos festejos juninos na capital alagoana, que serão promovidos com o apoio da Secretaria de Estado da Cultura (Secult). A pasta vai divulgar, nos próximos dias, detalhes da realização do ‘São João da Solidariedade’, que será realizado em favor das vítimas das chuvas na capital.

“Será um grande alento e uma vitória da cultura nordestina, do autêntico forró de Alagoas, iniciado com Augusto Calheiros, que apresentou o primeiro baião cantado em 1928, e de Jararaca, que apresentou o primeiro rojão; além de Gérson Filho, pioneiro da sanfona de oito baixos, de Mestre Zinho, que Luiz Gonzaga considerou o seu substituto. É toda essa tradição que foi preservada pelo Governo do Estado”, comemorou Lessa, que presenteou Renan Filho com um chapéu de couro.
 
Governador Renan Filho, no triangulo, acompanha Chameguinho

“A Secretaria de Estado da Cultura tem buscado a manutenção dos festejos juninos no Estado inteiro. Aqui em Maceió fomos procurados pela classe forrozeira, pedindo apoio, tendo em vista que estava com dificuldades para se apresentar nesta época, em que normalmente a agenda é cheia. Eles buscaram nosso apoio para que possam se apresentar”, disse a secretária de Cultura, Melina Freitas, que possibilitou o encontro dos artistas com o governador.

O hino de Alagoas foi cantado por Eliezer Setton, acompanhado por mais de dez sanfoneiros no Salão de Despachos do Palácio República dos Palmares. O governador afirmou que os festejos juninos não poderiam deixar de ser realizados justamente no ano do Bicentenário de Alagoas.

“Em nosso bicentenário, estamos fazendo uma caixa que será lacrada e só será aberta no tricentenário de Alagoas, daqui a cem anos. O cidadão vai perguntar: ‘O que fizeram os governantes no centenário e no bicentenário?’ E ali estará registrado algo muito importante: foi feito um movimento em defesa da cultura, do forró e das tradições de alagoas”, concluiu Renan Filho.

Fotos: Márcio Ferreira

Fonte: www.agenciaalagoas.al.gov.br


quarta-feira, 7 de junho de 2017

Anadia, Alagoas - Brasil



O nome original do município era Campos do Arrozal de Inhauns e, em 1801, quando foi elevado à categoria de vila, passou a ser chamada de Vila Nova de São João de Anadia, em homenagem ao Visconde de Anadia, ministro português que autorizou a criação da vila. A freguesia foi instalada em 1802.
Porém, não se sabe, ao certo, quais foram os principais desbravadores. Há a hipótese do primeiro povoado ter sido precedido por famílias que migraram para a região atraídas pelas planícies e boa produtividade do solo. Essa produtividade, aliás, pode ter atraído outros desbravadores que seguiram o curso do rio São Miguel, numa rota de exploradores.
Conta a história que durante o século XVII uma imagem da Virgem da Piedade foi encontrada perto do povoado e, segundo a crença popular, fez com que o padroeiro do arraial, São João, fosse substituído por Nossa Senhora da Piedade.

Fez parte da comarca de Alagoas (hoje Marechal Deodoro) até 1833, quando passou para a comarca de Penedo. A comarca de Anadia só viria a ser criada cinco anos depois.
A Festa da Padroeira (02 de fevereiro) é um dos pontos altos do município, que recebe milhares de devotados fiéis na já tradicional procissão. De população festiva, Anadia se orgulha de manter viva a tradição de réveillon, carnaval (com frevo de rua), vaquejada e, principalmente, dos festejos juninos, ostentando o título de terceiro lugar com sua animada quadrilha em concurso estadual.
Os finais de semana em Anadia são passados a muitos banhos de bica. No balneário Santa Cruz (uma fazenda com fartos banhos e fruteiras por toda a parte), por exemplo, o acesso é permitido a famílias inteiras da região.

Gentílico: anadiense

Formação Administrativa

Distrito criado com a denominação de Anadia, em 02-01-1802.
Elevado à categoria de vila com a denominação de Anadia, em 19-07-1801. Instalado em 20-12-1801.
Pela lei municipal nº 1, de 05-10-1893, é criado o distrito de Mar Vermelho e anexado ao município de Anadia.
Elevado à condição de cidade com a denominação de Anadia, pela lei estadual nº 86, de 25-07-1895.
Em divisão administrativa referente ao ano de 1911, o município é constituído de 2 distritos: Anadia e Mar Vermelho.
Nos quadros de apuração do Recenseamento Geral de 1-IX-1920, o município é constituído de 3 distritos: Anadia, Mar Vermelho e Tanque D´ Area.
Assim permanecendo em divisões territoriais datadas de 31-XII-1936 e 31-XII-1937, Só que o distrito de Tanque D`arca aparece grafado Tanque D 'Arca.
No quadro fixado para vigorar no período de 1944-1948, o município é constituído de 3 distritos: Anadia, Mar Vermelho e Tanque D'Arca ex-Tanque d'Area.
Assim permanecendo em divisão territorial datada 1-VII-1950.
Pela lei nº 1712, de 06-08-1953, é criado o distrito de Canudos ex-povoado, criado com terras desmembrada do distrito de Tanque D'Arca e anexado ao município de Anadia.
Em divisão territorial datada de 1-VII-1955, o município é constituído de 4 distritos: Anadia, Canudos, Mar Vermelho e Tanque D'Arca.
Assim permanecendo em divisão territorial datada 1-VII-1960.
Pela lei estadual nº 2431, de 03-02-1962, desmembra do município de Anadia o distrito de Mar Vermelho. Elevado à categoria de município.
Pela lei estadual nº 2507, de 01-12-1962, desmembra do município de Anadia o distrito de Tanque D?Arca. Elevado à categoria de município.
Em divisão territorial datada de 12-XII-1963, o município é constituído do distrito sede.
Assim permanecendo em divisão territorial datada de 2007.


Fonte: www.cidades.ibge.gov.br

quinta-feira, 1 de junho de 2017

Geografia de Alagoas

Mapa do Estado de Alagoas

O martírio do bispo dom Pero Fernandes Sardinha, em mãos dos caetés; a epopéia do quilombo dos Palmares, em fins do século XVII; e a expressiva participação da intelectualidade alagoana nas lutas em favor da abolição da escravatura e da república -- estes são somente alguns dos momentos mais destacados da história de Alagoas, estado que já foi chamado "terra dos marechais".
Alagoas, na região Nordeste do Brasil, limita-se ao norte com Pernambuco, a leste com o oceano Atlântico, ao sul com Sergipe e a oeste com a Bahia. Ocupa uma superfície de 27.933km2. A capital é Maceió.

Geografia física
Cerca de 86% do território alagoano se encontra abaixo de 300m de altitude, e 61% abaixo de 200m. Apenas um por cento fica acima de 600m. Cinco unidades compõem o quadro morfológico: (1) a baixada litorânea, com extensos areais (praias e restingas) dominados por elevações de topo plano (tabuleiros areníticos); (2) uma faixa de colinas e morros argilosos, imediatamente a oeste, com solos espessos e relativamente ricos; (3) o pediplano, ocupando todo o interior, com solos ricos, porém rasos, e uma topografia levemente ondulada, da qual despontam as serras de Mata Grande e Água Branca, no extremo oeste do estado; (4) a encosta meridional do planalto da Borborema, no centro-norte, parte mais elevada de Alagoas; (5) e planícies aluviais (várzeas), ao longo dos rios, inclusive o delta e a várzea do baixo São Francisco (margem esquerda), com solos anualmente renovados por cheias periódicas.
A rede hidrográfica do estado é constituída por rios que correm diretamente para o oceano Atlântico (como, por exemplo, o Camaragibe, o Mundaú, o Paraíba e o Coruripe) e por rios que deságuam no São Francisco (como o Marituba, o Traipu, o Ipanema, o Capiá e o Moxotó).
Três tipos de cobertura vegetal, em grande medida modificados pela ação do homem, revestiam o território alagoano: a floresta tropical na porção úmida do estado (microrregião da mata alagoana); o agreste, vegetação de transição para um clima mais seco, no centro; e a caatinga, no oeste. Toda a metade oriental do estado possui clima do tipo As, de Köppen, quente (médias anuais superiores a 24o C), com chuvas de outono-inverno relativamente abundantes (mais de 1.400mm). No interior dominam condições semi-áridas, clima BSh, caindo a pluviosidade abaixo de 1.000mm; essa região está incluída no chamado Polígono das Secas. As estações do ano são perfeitamente definidas pela periodicidade das chuvas. O verão tem início em setembro e termina em fevereiro e o "inverno" começa aproximadamente em março, terminando em agosto. A temperatura não sofre grandes oscilações, variando, no litoral, entre 22,5 e 28o C, e no sertão, entre 17 e 33o C.
População
Alagoas é um dos estados brasileiros mais densamente povoados (cerca de 86 hab./km2). A vida média dos habitantes do estado é de 46-91 anos.
As maiores concentrações populacionais ocorrem na tradicional zona da mata e nas encostas de Borborema, onde se verificam densidades superiores a 100 hab./km2. As áreas de mais escasso povoamento correspondem aos solos pobres dos tabuleiros litorâneos e às terras secas do sertão. A população se divide em partes praticamente iguais entre as zonas rural e urbana.
As principais cidades do estado são Maceió, Arapiraca, Palmeira dos Índios e Penedo. Maceió, além de capital, porto exportador de açúcar e centro industrial (têxteis e produtos alimentares), desempenha também, em relação ao comércio e aos serviços, as funções de capital regional para todo o território alagoano e uma pequena parte do norte de Sergipe. Sua zona de influência mais direta restringe-se à fachada oriental do estado. No restante da área de influência atua por meio de dois centros intermediários: Palmeira dos Índios, que serve ao Agreste e ao Sertão, e Penedo, que serve à parte meridional do estado e alguns municípios sergipanos. Arapiraca, segunda cidade do estado, é o entreposto comercial da região fumageira do Agreste. 
Economia
Agricultura e criação. Cerca de metade da população ativa de Alagoas está ocupada no setor primário. A principal atividade, a grande lavoura comercial, encontra-se na zona da mata, sobretudo onde predominam os solos ricos de humo. A cultura canavieira constitui aí o principal elemento da paisagem. As plantações recobrem os solos argilosos das colinas e morros e as várzeas dos rios. Também grandes lavouras comerciais são a monocultura do arroz, nos aluviões do baixo São Francisco, e a do coco, nas areias da orla marítima. Ainda na microrregião da mata, desenvolvem-se pequenas lavouras comerciais ligadas ao abastecimento dos centros urbanos. O agreste é domínio quase exclusivo dessas pequenas lavouras (fumo, milho, mandioca, feijão, algodão).
No sertão a agricultura se vê reduzida à atividade subsidiária da criação, limitando-se a pequenas culturas de subsistência praticadas especialmente nas encostas das serras de Água Branca e Mata Grande, graças às chuvas de relevo que aí ocorrem. A criação de gado bovino apresenta certo vulto no interior, sobretudo na área de transição do Agreste para o Sertão, onde se desenvolve a pecuária leiteira (municípios de Jacaré dos Homens, Major Isidoro e Batalha).
Possuindo muitas lagoas, diversos rios e uma extensa costa marítima, o estado conta com considerável riqueza de pescado, cujo aproveitamento entretanto, se faz ainda segundo práticas tradicionais.
Indústria. As principais atividades industriais são a fabricação de produtos alimentares, especialmente açúcar (existem numerosas usinas na microrregião da mata) e de tecidos (Maceió, Rio Largo, São Miguel dos Campos, Palmeira dos Índios e Delmiro Gouveia). Nos últimos anos, em conseqüência da ação da Sudene (Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste), o parque industrial vem sendo diversificado e ampliado.
Alagoas é o maior produtor nacional de amianto, que se extrai em Jirau do Ponciano. Produz também apreciável quantidade de petróleo e gás natural em cinco campos (Tabuleiro do Martins, Miguel dos Campos, Coqueiro Seco e mais dois na plataforma submarina). Os campos petrolíferos alagoanos produziam no começo da década de 1990 uma média anual em torno de 700.000m3 de petróleo. Nas proximidades de Maceió, na região de Pontal da Barra, foram descobertas grandes jazidas de sal-gema, cuja exploração abre ao estado importantes perspectivas de desenvolvimento econômico, a cargo de um dos maiores projetos da Sudene, a Salgema Indústrias Químicas, responsável por cinqüenta por cento do cloro consumido no país e mais de um terço de toda a demanda de soda cáustica na década de 1980.
As possibilidades da coleta no meio vegetal são reduzidas em face da situação fisiográfica do estado, integrante da região Nordeste. Mesmo assim alguns produtos vegetais podem ser citados: tucum, caroá, piaçaba, casca de angico, castanha-de-caju e sisal, o último já parcialmente plantado.
Energia e transporte. O estado dispõe de amplos recursos energéticos, assegurados pela usina hidrelétrica de Paulo Afonso, instalada na divisa dos estados da Bahia, Alagoas e Pernambuco. Mais de uma quarta parte do consumo anual de energia destina-se a uso industrial. Das estradas de rodagem de Alagoas poucas são pavimentadas e a rede ferroviária do estado é pequena. A rodovia mais importante é a BR-101, que faz a ligação Natal-Recife-Salvador. É toda pavimentada, e em seu percurso existe uma ponte rodoferroviária sobre o rio São Francisco. Grande parte da produção do interior flui para Maceió pela BR-316. A capital é ponto de partida da Rede Ferroviária do Nordeste, no estado. A linha tronco se bifurca em Rio Largo, lançando um ramal para o norte e outro para o oeste. O porto de Maceió, o quarto do Nordeste em movimento de carga, especializa-se na exportação de açúcar.
Turismo. O turismo teve grande desenvolvimento no estado a partir da década de 1980, quando Maceió passou a expandir sua rede hoteleira. Além de suas lagoas, onde se localizam vários sítios de recreio, Maceió possui numerosas praias com renques de coqueiros e onde se vêem dezenas de jangadas (praias de Ponta Verde, Pajuçara, Sobral e Pontal da Barra). Restaurantes de comida típica constituem especial atrativo para turistas de todo o país. Nas margens do São Francisco, a cidade histórica de Penedo conserva valioso patrimônio artístico em suas igrejas do séc. XVII. No extremo oeste do estado encontram-se o parque nacional de Paulo Afonso, com a cachoeira do mesmo nome.

Fonte: Enciclopédia Barsa. *  www.f1colombo-geografando.blogspot.com.br